CONTOS DA AMAZÔNIA
O BOTO COR-DE-ROSA
Minha mãe nasceu em um lugar chamado Careiro, município do estado do Amazonas. Até hoje ela conta que o boto cor-de-rosa é uma divindade dos rios da Amazônia e protetor dos peixes.
Os botos se reúnem às margens dos igarapés de nossos municípios do Amazonas nas noites de luar para cantarem e dançarem. Ao cair da noite, o boto se transforma em um bonito rapaz que canta lindas canções à luz do luar. As índias não resistem ao seu canto maravilhoso e o acompanham caminhando à beira do rio.
Certo dia dois irmãos gêmeos, habitantes de um povoado do Careiro interior do estado do Amazonas, fizeram uma festa em homenagem ao seu pai Antônio. Todos se divertiam, quando entrou um belíssimo rapaz que cantou e dançou com bastante entusiasmo. Ao final da festa, desapareceu misteriosamente, quando a lâmpada do local da festa apagou. Ao saírem da festa, as pessoas do povoado (lugar) encontraram bem pertinho dali, um boto cor-de-rosa se debatendo numa poça de água. Pensaram ser o rapaz da festa que cantou, dançou e sumiu misteriosamente. Levaram o boto para o rio Solimões e ele desapareceu para sempre nas profundezas das águas deixando todos curiosos e em dúvida se o boto e o rapaz eram um só.
Autora do texto: Simone Helen Drumond Ischkanian (2017)
Texto oral da contadora de histórias:
Dalva Costa do Nascimento (mãe da autora)