quarta-feira, 28 de abril de 2021

Letra cursiva ou bastão? Tudo depende das disponibilidades motoras da criança, jovem ou adulto.

Quando iniciar a escrita com letra cursiva no contexto da inclusão - Autismo (TEA) e Educação?

Na inclusão em geral depende muito das possibilidades dos movimentos motores que a criança, jovem.ou adulto apresenta, além de suas comorbidades motoras ou neurológicas. O ideal é mediar as perspectivas educacionais pertinentes a escrita, a partir das possibilidades que o educando apresenta. Jamais force a escrita cursiva ou bastão, afinal educar é desvendar mundos repletos de possibilidades para todos. 

Na educação dos pequenos o ideal é apresentar a letra cursiva para a criança entre os 6 a 7 anos, isso se a criança apresentar disponibilidade motora para a letra cursiva. Os estímulos motores gráficos e lúdicos, sãos os principais meios para chegar a uma escrita convencional. 

Na inclusão.e Autismo (TEA) o momento que a criança, jovem ou adulto tenta escrever, produz espontaneamente pequenos traçados misturando linhas retas e curvas interpretando depois o que ela/ele escreveu e que só a própria pessoa reconhece. Por isso, é sempre importante dialogar sobre as produções projetadas. Muito mais que escrever é entender o delineamento motor fino produzido.

Na atividade projetada nas fotos, observe que a criança desenha letras agrupadas de forma aleatória e já possui idéia de que representa a escrita, ou seja, ela sabe o que escreve com determinados sinais, mesmo que não saiba que esses sinais possuem uma ordem de colaboração e significação convencional.

Inclusão - Autismo (TEA) e Educação -  é.importante que os pais, educadores e terapeutas saibam que  a descoberta da escrita pelas crianças jovens ou adultos não ocorre homogeneamente, que elas não aprendem no mesmo ritmo e que possuem diferentes níveis e graus de letramento. Estes aspectos, portanto devem ser enfatizados na alfabetização ou nos atendimentos terapêuticos de forma que as crianças, jovens ou adultos, possam construir concepções de escrita, coerentes a sua disponibilidade motora.

Emilia Ferreiro (2004) com base em Piaget comprova que a escrita é uma produção social e como tal sofre inúmeras transformações ao longo do desenvolvimento pessoal. 

É IMPORTANTE COMPREENDER -  as pessoas neuroatípicas (ou atípicas) lidam com diferentes alterações relacionadas ao desenvolvimento neurológico. As pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) fazem parte do grupo de pessoas atípicas.  Por tanto, Ferreiro e Teberosky (1999) acentuam que as crianças adquirem o conhecimento da escrita através do desenvolvimento cognitivo, onde o ambiente social torna-se importante para o desenvolvimento da escrita antes do início da alfabetização. 

A construção de diferenciação entre as letras é estimulada espontaneamente antes do ensino sistemático. No Método de Portfólios Educacionais SHDI, enfatizamos em nossas atividades os resultados obtidos pela compreensão das autoras, uma vez que os mesmos,  originaram-se de pesquisas e observações de situações pedagógicas. 

A correlação entre as letras e os segmentos sonoros foi observada fundamentalmente por meios da leitura efetuada pelas crianças (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p. 43). 

Por tanto,  escrever não é um meio de registrar algum conteúdo específico, é um processo em que a criança, jovem ou adulto no contexto da inclusão, imita uma atividade do adulto educador, que não possui em si mesmo significado funcional.

Em pesquisa sobre a psicogênese da língua escrita, as autoras demonstram como se constrói em níveis evolutivos, a compreensão do sistema alfabético de representação da língua, permitindo definir atividades e intervenções pedagógicas que favoreçam a compreensão da escrita. 

Neste sentido, em Autismo e Inclusão - a letra bastão apresenta maior facilidade, pois ela é mais separada e na percepção visual do educando, a bastão é mais convidativa a desbravar suas possibilidades motoras e projetar coesamente suas competências .

Simone Helen Drumond Ischkanian 🌷🌷🌷













 

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