sexta-feira, 28 de agosto de 2015

PROJETO: AUTISMO E EDUCAÇÃO DE SIMONE HELEN DRUMOND - MÉTODO DE PORTFÓLIOS EDUCACIONAIS.


















































































































Rotta e Riesgo (2005) confirmam que os aspectos que mais influenciam na integração da criança com autismo na família, na comunidade e na escola, são os déficits sociais, cognitivos, os problemas de comportamento e da comunicação. Nas crianças incluem também a hiperatividade, desatenção, agressividade e automutilação, como também algumas respostas anormais a estímulos sensoriais: audição, tato, visão.

Rivière (1995, p. 283) coloca que o desenvolvimento autista quando bebês, “[...] não mostra o mesmo grau de preferência pelos estímulos sociais, nem as mesmas respostas harmônicas a eles, nem a mesma capacidade intersubjetiva que os outros bebês, e, por isso, parece passivo e indiferente aos sinais sociais do meio”.

Rivière (1995, p. 285) retrata que para a criança autista, é difícil desenvolver símbolos e modelos comunicativos, porque o mundo dos demais é, para elas, em grande parte, opaco e imprevisível. Elas não têm a mesma facilidade das outras crianças de empatia e significação.

Já no desenvolvimento típico, na fase sensório-motora a criança desenvolve o conhecimento de “objeto permanente” e acaba entendendo que se encontra situada em um espaço objetivo que contém objetos permanentes. Ela também amplia a noção de objeto social, de comunicação e situa-se em um mundo de pessoas com as quais pode comunicar-se, dividir experiências e interesses e negociar intenções. Ao final do primeiro ano, o bebê normal possui um conhecimento subentendido considerável do mundo social. (RIVIÈRE, 1995).

Segundo Rivière (1995), para a criança autista, atualmente, o tratamento mais eficaz e universal é a educação. A educação do autista tem os mesmos objetivos gerais que a educação para todas as crianças: desenvolvimento máximo de suas possibilidades e competências, favorecer um equilíbrio pessoal mais harmônico possível, promover o bem-estar emocional e aproximar as crianças autistas do mundo humano de relações significativas.

Almeida (1987) diz que a todo o momento, a escola recebe crianças com estima baixa, tristeza, dificuldades de aprendizagem ou de socialização, rotuladas de complicadas, sem limites ou sem educação. A escola facilita o papel da educação nos tempos atuais, que seria construir pessoas plenas, priorizando o ser e não o ter, levando o aluno a ser crítico e construir seu caminho.

No entanto para Rivière (1995), o professor não deve esquecer que, nos casos de autismo, são sempre necessários modelos educacionais que permitam atingir os objetivos da educação infantil, apesar das graves deficiências na interação, comunicação e linguagem e das importantes alterações da atenção e da conduta que seus alunos podem apresentar. Estes requerem um ambiente bem estruturado.

Ainda o mesmo autor a supra citado, dizem que para promover uma adequada aprendizagem, o professor precisa ter muito cuidado com a organização e condições estimuladoras do ambiente, às instruções e sinais que a criança proporciona os auxílios que lhes são ajustados, as motivações e reforços utilizados para fomentarem sua aprendizagem. As condições estimuladoras seriam a adequação da necessidade de estimular a atenção da criança para os aspectos relevantes dos trabalhos educacionais e impedir a distração em aspectos irrelevantes.
As ordens, instruções e sinais devem ser dados somente depois de se afirmar a atenção da criança e serem claros, simples, consistentes e apropriados às tarefas. Não é raro, as crianças autistas sentirem-se “invadidas” por estimulações excessivas e sinais que não compreendem. A linguagem, que é empregada de forma fácil e complexa nas interações educacionais com crianças normais, pode acabar se transformando em um “estímulo fóbico” para os autistas. O professor deve ajustar constantemente sinais que possam ser processados pela criança, evitando a frustração que esta experimenta, quando tem sensação (vaga ou clara, dependendo do nível cognitivo) de que “algo está sendo pedido, mas não sabe o quê”. (RIVIÈRE, 1995).

Para Mantoan (1997), incluir significa integrar um aluno ou um grupo na educação regular, o que lhe é de direito, num espaço que permita exercer a cidadania e ter acesso aos diferentes conhecimentos. A inclusão não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia toda a comunidade escolar. Muitas mudanças vieram acontecendo nas últimas décadas, inclusive na área da inclusão social. Alguns documentos mundiais foram lançados em favor da inserção da pessoa deficiente no meio social como: Declaração sobre Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994). A partir, principalmente, da Conferência Mundial de Educação para Todos e da Declaração de Salamanca, com os princípios de reformulação do sistema de ensino como um todo, o movimento de educação para todos tornou-se discussão mundial e desencadeou uma verdadeira revolução educacional. Estes documentos mundiais enfatizam a inclusão social como a forma mais efetiva da implantação da Educação Inclusiva. O principal mecanismo de luta por uma educação inclusiva, no Brasil, tanto na educação pública quanto privada, é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº. 9394 de 20 de dezembro de 1996, que define no capítulo V que a educação para alunos com deficiência que deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, assegurando aos mesmos, currículo, métodos, técnicas, recursos educativos específicos para atender às suas necessidades, dentre outros. (BRASIL, 1996).

Sabe-se, que a criança com dificuldade em estruturar-se, precisa de um ambiente organizado. De acordo com Bosa (2006), o programa do atendimento à criança com autismo deve ser estruturado de acordo com o desenvolvimento dela. Em crianças pequenas, por exemplo, as preferências devem ser a fala, a interação social/linguagem e a educação, entre outros, que podem ser considerados ferramentas importantes para promoção da inclusão da criança com autismo.

Mantoan (1997) revela que, a inclusão deve andar junto com uma educação para todos e com um ensino especializado no aluno, mas não se consegue implantar uma opção de admissão tão intrigante sem enfrentar um desafio ainda maior: os fatores humanos. Os recursos físicos e os meios materiais para a efetivação de um processo escolar de qualidade cedem sua prioridade ao desenvolvimento de novas atitudes e formas de interação na escola, exigindo mudanças no relacionamento pessoal e social e na maneira de se realizar as metodologias de ensino e aprendizagem.

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