quarta-feira, 10 de julho de 2019
quarta-feira, 3 de julho de 2019
PRINCIPAIS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
PRINCIPAIS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
As principais interpretações das
questões relativas à natureza da aprendizagem remetem a um passado histórico da
filosofia e da psicologia. Diversas correntes de pensamento se desenvolveram,
definindo paradigmas educacionais como o empirismo, o inatismo ou nativismo, os
associacionistas, os teóricos de campo e os teóricos do processamento da informação
ou psicologia cognitiva.
A corrente do empirismo tem como
princípio fundamental considerar que o ser humano, ao nascer, é como uma
"tábula rasa" e tudo deve aprender, desde as capacidades sensoriais
mais elementares aos comportamentos adaptativos complexos. A mente é
considerada inerte, e as idéias vão sendo gravadas a partir das percepções.
Baseado neste pressuposto, a inteligência é concebida como uma faculdade capaz
de armazenar e acumular conhecimento.
O inatismo ou nativismo
argumenta que a maioria dos traços característicos de um indivíduo é fixado
desde o nascimento e que a hereditariedade permite explicar uma grande parte
das diferenças individuais físicas e psicológicas. As formas de conhecimento
estão pré-determinadas no sujeito que aprende.
Para os associacionistas , o
principal pressuposto consiste em explicar que o comportamento complexo é a
combinação de uma série de condutas simples. Como precursores desta corrente
são de pensamento pode-se citar Edward L. Thorndike e B.F. Skinner (Pettenger e
Gooding, 1977) e suas respectivas teorias do comportamento reflexo ou
estímulo-resposta.
Para Thorndike apud Pettenger e Gooding
(1977), o padrão básico da aprendizagem é uma resposta mecanicista às forças
externas. Um estímulo provoca uma resposta. Se a resposta é recompensada, é
aprendida. Já para Skinner, a ênfase é dada à questão do controle do
comportamento pelos reforços que ocorrem com a resposta ou após a mesma com o
propósito de atingir metas específicas ou definir comportamentos manifestos
(Pettenger e Gooding,1977). As grandes escolas da corrente dos Teóricos de
Campo, são representadas, na Gestalt pelos alemães Wertheimer, Koffka e
Köhler, e na Fenomenologia, por Combs e Snygg (Pettenger e Gooding, 1977).
Nestas escolas prevalece a concepção de que as pessoas são capazes de pensar,
perceber e de responder a uma dada situação, de acordo com as suas percepções e
interpretações desta situação. Diferentemente das primeiras, em que o comportamento
é seqüencial, do mais simples ao mais complexo, nesta corrente, o todo ou total
é mais que a soma das partes.
Na Gestalt, o paradigma de aprendizagem
é a solução de problemas e ocorre do total para as partes. Consiste também na
organização dos padrões de percepção. Segundo Fialho (1998), na Gestalt há duas
maneiras de se aprender a resolver problemas: pelo aprendizado conduzido ou
pelo aprendizado pelo entendimento. Isto significa que conforme a organização
da situação de aprendizagem, dirigida (instrucionista) ou autodirigida (ativa),
o indivíduo aprende, entretanto, deve-se promover situações de aprendizagem que
sejam suficientemente ricas para que o aprendiz possa fazer escolhas e estabelecer
relações entre os elementos de uma situação. Escolher entre as quais para ele, aprendiz,
conduza a uma estruturação eficaz de suas percepções e significados. Na Fenomenologia,
o todo é compreendido de modo mais detalhado, sem realmente fragmentar as
partes. Considera, ainda, entre outras premissas, que a procura de adequação ou
auto-atualização do indivíduo é a força que motiva todo o comportamento.
A aprendizagem, como processo de
diferenciação, move-se do grosseiro para o refinado (Pettenger e Gooding,1977).
Os teóricos do Processamento da
Informação o u Psicologia Cognitiva, de origem mais recente, reúnem
diversas abordagens. Estes teóricos estudam a mente e a inteligência em termos
de representações mentais e processos subjacentes ao comportamento observável.
Consideram o conhecimento como sistema
de tratamento da informação. Segundo Misukami (1986), uma abordagem
cognitivista implica em estudar cientificamente a aprendizagem como um produto
resultante do ambiente, das pessoas ou de fatores externos a ela. Como as
pessoas lidam com estímulos ambientais, organizam dados, sentem e resolvem
problemas, adquirem conceitos e empregam símbolos constituem, pois, o centro da
investigação.
Em essência, na psicologia cognitiva,
as atividades mentais são o motor dos comportamentos. Opondo-se à concepção
behavorista, os teóricos cognitivos preocupam-se em desvendar a "caixa
preta" da mente humana. A noção de representação é central nestas
pesquisas. A representação é definida como toda e qualquer construção mental
efetuada a um dado momento e em um certo contexto. Portanto, memória,
percepção, aprendizagem, resolução de problemas, raciocínio e compreensão,
esquemas e arquiteturas mentais são alguns dos principais objetos de investigação
da área, cujas aplicações vêm sendo utilizadas na construção de modelos explícitos
em formas de programas de computador (softwares), gráficos, arquiteturas ou outras
esquematizações do processamento mental, em especial nos sistemas de Inteligência
Artificial.
Como afirma Sternberg (1992), os
psicólogos do processamento da informação estudam as capacidades intelectuais
humanas, analisando a maneira como as pessoas solucionam as difíceis tarefas
mentais para construir modelos artificiais onde estes modelos tem por objetivo
compreender os processos, estratégias e representações mentais utilizadas pelas
pessoas no desempenho destas tarefas.
Complementando esta classificação,
Fialho (1998) destaca que os psicólogos cognitivistas procuram compreender a
"mente" e sua capacidade (realização) na percepção, na aprendizagem,
no pensamento e no uso da linguagem. Assim, a organização do conhecimento, o
processamento de informações, a aquisição de conceitos, os estilos de
pensamento, os comportamentos relativos à tomada de decisões e resolução de
problemas são alguns dos "processos centrais" dos indivíduos
dificilmente observáveis e que são investigados.
AS ABORDAGENS COGNITIVISTAS CLÁSSICAS:
O CONSTRUTIVISMO DE PIAGET, O SÓCIO-INTERACIONISMO DE VYGOTSKY E WALLON
Dentre as teorias mais contemporâneas
de aprendizagem, em especial as cognitivistas, destacamos a teoria
construtivista de Jean Piaget e as teorias sócio - interacionistas de Lev Vygotsky
e Henri Wallon devido à pertinência com que suas preocupações epistemológicas,
culturais, linguísticas, biológicas e lógico- matemáticas têm sido difundidas e
aplicadas para o ambiente educacional, em especial na didática e em alguns dos
programas de ensino auxiliado por computador, bem como sua influencia no desenvolvimento
de novas pesquisas na área da cognição e educação.
A ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA DE JEAN
PIAGET
As respostas às questões sobre a
natureza da aprendizagem de Piaget são dadas à luz de sua epistemologia
genética, na qual o conhecimento se constrói pouco a pouco, à medida em que as
estruturas mentais e cognitivas se organizam, de acordo com os estágios de desenvolvimento
da inteligência. A inteligência é antes de tudo adaptação. Esta característica
se refere ao equilíbrio entre o organismo e o meio ambiente, que resulta de uma
interação entre assimilação e acomodação. A assimilação e a acomodação são, pois,
os motores da aprendizagem. A adaptação
intelectual ocorre quando há o
equilíbrio de ambas.
Segundo discorre Ulbritch (1997), a
aquisição do conhecimento cognitivo ocorre sempre que um novo dado é assimilado
à estrutura mental existente que, ao fazer esta acomodação modifica-se,
permitindo um processo contínuo de renovação interna. Na organização cognitiva,
são assimiladas o que as assimilações passadas preparam, para assimilar, sem
que haja ruptura entre o novo e o velho.
Pela assimilação, justificam-se as
mudanças quantitativas do indivíduo, seu crescimento intelectual mediante a
incorporação de elementos do meio a si próprio. Pela acomodação, as mudanças
qualitativas de desenvolvimento modificam os esquemas existentes em função das
características da nova situação; juntas justificam a adaptação intelectual e o
desenvolvimento das estruturas cognitivas.
As estruturas de conhecimento,
designadas por Piaget como esquemas, se complexificam sobre o efeito combinado
dos mecanismos de assimilação e acomodação. Ao nascer, o indivíduo ainda não
possui estas estruturas, mas reflexos (sucção, por exemplo) e um modo de
emprego destes reflexos para elaboração dos esquemas que irão se desenvolver.
As obras de Piaget e de seus
interpretantes discorrem sobre os estágios de desenvolvimento da inteligência,
que se efetua de modo sucessivo, segundo a lógica das construções mentais - da
inteligência sensório- motora à inteligência operatório formal.
A primeira forma de inteligência é uma
estrutura sensório motora, que permite a coordenação das informações sensoriais
e motoras. Surge aos cerca de 18 meses.
Consuma-se e equilibra-se entre os 18
meses e 2 anos.
No estágio das operações concretas,
esta estrutura (equilibrada) se acha aperfeiçoada: o que a criança teria
adquirido no nível da ação, ela vai aprender a fazer em pensamento.
Precede de uma fase de preparação entre
2 e 7 anos e se equilibra entre 7 e 11 anos.
No estágio das operações formais, operam-se
novas modificações e deve se equilibrar para poder se aplicar, não mais aos
objetos presentes, mas aos objetos ausentes, hipotéticos.
O desenvolvimento das estruturas
mentais segue uma lógica de construção semelhante aos estudos da lógica, ou
seja, que o desenvolvimento da inteligência em seus sucessivos estágios segue
uma lógica coerente, tal que pode ser descrita em suas estruturas.
Segundo levantou Ulbritch (1997), a
equilibração, enfatizada no quadro 2.1, é um
mecanismo auto-regulador, necessário
para garantir uma eficiente integração com o meio.
Quando um indivíduo sofre um
desequilíbrio, de qualquer natureza, o organismo vai
buscar o equilíbrio, assimilando ou
acomodando um novo esquema.
A autora relaciona quatro fatores
determinantes do desenvolvimento cognitivo:
A equilibração é o primeiro e
constitui-se no nível de processamento das reestruturações internas, ao longo
da construção seqüencial dos estágios.
O segundo é a maturação, relacionado à
complexificação biológica da maturação do sistema nervoso.
Já o terceiro fator é a interação
social, relacionado com a imposição do nível operatório das regras, valores e
signos da sociedade em que o indivíduo se desenvolve e com as interações que compõem
o grupo social.
O quarto é referente à experiência
ativa do indivíduo. Sobre este fator Misukami (1986) afirma que podem ocorrer
de três formas:
· devido ao exercício, resultando na
consolidação e coordenação de reflexos hereditários e exercício de operações
intelectuais aplicadas ao objeto;
· devido à experiência física,
referente à ação sobre o objeto para descobrir as propriedades que são
abstraídas destes, sendo que o resultado da ação está vinculado ao objeto;
· devido à experiência lógico - matemática,
resultantes da ação sobre os objetos, de forma a descobrir propriedades que são
abstraídas destas pelo sujeito. Consistem em conhecimentos retirados das ações
sobre os objetos, típicas do estágio operatório formal, que é resultado da
equilibração. A condição para que seja obtida é a interação do sujeito com o
meio.
Piaget não desenvolveu uma teoria da
aprendizagem, mas sua teoria epistemológica de como, quando e por que o
conhecimento se constrói obteve grande repercussão na área educacional. Predominantemente
interacionistas, seus postulados sobre desenvolvimento da autonomia,
cooperação, criatividade e atividade centrados no sujeito influenciaram práticas
pedagógicas ativas, centradas nas tarefas individuais, na solução de problemas,
na valorização do erro e demais orientações pedagógicas.
No plano da informática, o trabalho de
Piaget tem contribuído para modelagens computacionais na área de IA em
educação, desenvolvimento de linguagens de programação e outras modalidades de
ensino auxiliado por computador com orientação construtivista. Dentre os vários
programas existentes, o mais popular é o LOGO, caracterizado como ambiente
informático embasado no construtivismo. Neste ambiente o indivíduo constrói, ele
próprio, os mecanismos do pensamento e os conhecimentos a partir das interações
que tem com seu ambiente psíquico e social.
A ABORDAGEM SÓCIO-CONSTRUTIVA DO
DESENVOLVIMENTO
COGNITIVO DE LEV VYGOTSKY
Os trabalhos de Vygotsky centram-se
principalmente na origem social da inteligência e no estudo dos processos sócio
-cognitivos.
Segundo Gilli (1995) e Gaonach? h
(1995), Vygotsky distingue duas formas de funcionamento mental: os processos
mentais elementares e os superiores. Os processos mentais elementares
correspondem ao estágio de inteligência sensóriomotora de Piaget e são
resultantes do capital genético da espécie, da maturação biológica e da
experiência da criança com seu ambiente físico.
Já as funções psicológicas superiores,
ressalta Oliveira (1992), são construídas ao longo da história social do homem.
Como? Na sua relação com o mundo, mediada pelos instrumentos e símbolos
desenvolvidos culturalmente, fazendo com que o homem se distinga dos outros
animais nas suas formas de agir no e com o mundo.
Fialho (1998) destaca que, para
Vygotsky, o desenvolvimento humano compreende um processo dialético,
caracterizado pela periodicidade, irregularidade no desenvolvimento das
diferentes funções, metamorfose ou transformação qualitativa de uma forma em outra,
entrelaçando fatores internos e externos e processos adaptativos.
A maturação biológica e o
desenvolvimento das funções psicológicas superiores dependem, conforme Fialho
(1998), do meio social, que é essencialmente semiótico. Aprendizado e
desenvolvimento interagem entrelaçados nessa dialética de forma que um acelere
ou complete o outro. Gilli (1995) diz que a relação entre educação,
aprendizagem e desenvolvimento vem em
primeiro lugar. Já o papel da mediação
social nas relações entre o indivíduo e seu ambiente (mediado pelas
ferramentas) e nas atividades psíquicas intraindividuais (mediadas pelos
signos) em segundo lugar, e, a passagem entre o interpsíquico e o intrapsíquico
nas situações de comunicação social ,em terceiro lugar. Estes são os três princípios
fundamentais, totalmente interdependentes nos quais Vygotsky sustenta a teoria
do desenvolvimento dos processos mentais superiores.
A ABORDAGEM DE HENRI WALLON
A gênese da inteligência para Wallon é
genética e organicamente social, ou seja, "o ser humano é organicamente
social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se
atualizar" (Dantas, 1992). Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento
cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa completa. Para Galvão
(1995), o estudo de Wallon é centrado na criança contextualizada, onde o ritmo
no qual se sucedem as etapas do desenvolvimento é descontínuo, marcado por rupturas,
retrocessos e reviravoltas, provocando em cada etapa profundas mudanças nas anteriores.
Nesse sentido, a passagem dos estágios
de desenvolvimento não se dá linearmente, por ampliação, mas por reformulação,
instalando-se no momento da passagem de uma etapa a outra, crises que afetam a
conduta da criança. Conflitos se instalam nesse processo e são de origem
exógena quando resultantes dos desencontros entre as ações da criança e o
ambiente exterior, estruturado pelos adultos e pela cultura e endógenos e
quando gerados pelos efeitos da maturação nervosa (Galvão, 1995). Esses
conflitos são propulsores do desenvolvimento.
Os cinco estágios de desenvolvimento do
ser humano apresentados por Galvão (1995) sucedem-se em fases com predominância
afetiva e cognitiva:
· Impulsivo-emocional, que
ocorre no primeiro ano de vida. A predominância da afetividade orienta as
primeiras reações do bebê às pessoas, às quais intermediam sua relação com o
mundo físico;
· Sensório-motor e projetivo,
que vai até os três anos. A aquisição da marcha e da prensão, dão à criança
maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços. Também,
nesse estágio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. O
termo projetivo refere-se ao fato da ação do pensamento precisar dos gestos para
se exteriorizar. O ato mental "projeta-se" em atos motores. Como diz
Dantas (1992), para Wallon, o ato mental se desenvolve a
partir do ato motor;
· Personalismo, ocorre dos três
aos seis anos. Nesse estágio desenvolve-se a construção da consciência de si
mediante as interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas
pessoas;
· Categorial. Os progressos
intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento
e conquista do mundo exterior;
· Predominância funcional. Ocorre
nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido às
modificações corporais resultantes da ação hormonal.
Questões pessoais, morais e existenciais
são trazidas à tona.
O referido autor ressalta ainda que na
sucessão de estágios há uma alternância entre as formas de atividades e de
interesses da criança, denominada de "alternância funcional", onde
cada fase predominante (de dominância, afetividade, cognição), incorpora as conquistas
realizadas pela outra fase, construindo-se reciprocamente, num permanente processo
de integração e diferenciação.
OUTRAS ABORDAGENS SOBRE APRENDIZAGEM
Outras correntes teóricas buscaram
aprofundar e/ou explicar as teorias mais representativas, propondo inclusive
novas abordagens para compreensão dos processos de desenvolvimento cognitivo e
aprendizagem. Dentre elas destacam-se:
Albert Bandura, que levanta uma abordagem de aprend
izagem social e o papel das influências sociais na aprendizagem.
J. S. Bruner e a teoria de que o desenvolvimento
cognitivo se dá numa perspectiva de tratamento da informação, que ocorre de
três modos: inativo, onde a informação é representada em termos de ações
especificadas e habituais (caminhar, andar de bicicleta); o modo icônico, onde
a informação é representada em termos de imagens, e, simbólica, onde a
informação é apresentada sobre a forma de um esquema arbitrário e abstrato.
Maturana e Varela, que não desenvolveram um estudo sobre
a cognição especificamente, mas sua teoria sobre o homem como um sistema
autopiético tem influenciado bastante a construção de modelos computadorizados.
Os autores entendem que os seres vivos são um tipo particular de máquinas
homeostáticas. A idéia de autopoiesis é uma expansão da idéia de homeostase, no
sentido em que ela transforma todas as referências da homeostase em internas ao
sistema e, afirma ou produz a identidade do sistema. O sistema autopoiético é
organizado como uma rede de processos de produção de componentes que se
regeneram continuamente, pela sua transformação e interação, a rede que os produziu e que
constituem o sistema enquanto uma unidade concreta no espaço onde ele existe,
especificando o domínio topológico onde ele se realiza como rede (Ramos, 1995).
Robert M. Gagné, que compartilha dos enfoques
behavioristas e cognitivistas em sua teoria. Para ele, as fases da aprendizagem
se apresentam associadas aos processos internos que, por sua vez, podem ser
influenciados por processos externos. Para Gagné, a aprendizagem é um processo
de mudança nas capacidades do indivíduo, no qual se produz estados persistentes
e é diferente da maturação ou desenvolvimento orgânico. A aprendizagem se
produz usualmente mediante interação do indivíduo com seu meio (físico, social,
psicológico) (Galvis,1992). As oito fases que constituem o ato de aprendizagem
de Gagné.
Paulo Freire não desenvolveu uma teoria da
aprendizagem, mas seus postulados sobre a pedagogia problematizadora e
transformadora enfatizam uma visão de mundo e de homem não neutro. Assim. o
homem é um ser no mundo e com o mundo. A inspiração de seu trabalho nasce de
dois conceitos básicos: a noção de consciência dominada mais dois elementos
subjetivos que a compõem e a idéia de que há determinadas estruturas que conformam
o modo de pensar e agir das pessoas. Essas estruturas impregnam o comportamento
subjetivo à percepção e à consciência que cada indivíduo ou grupo tem dos
fenômenos sociais (Fialho, 1998).
Howard Gardner (Gardner, 1994 and Gardner,1995) muito
tem contribuído para o processo educacional. Ele defende que o ser humano
possui múltiplas inteligências, ou um espectro de competências manifestadas
pela inteligência. Todas essas competências estão presentes no indivíduo, sendo
`que se manifestam com maior ou menor intensidade, tornando o indivíduo mais ou
menos deficiente, mais ou menos competente dentro de uma ou várias dessas
competências. Em sua teoria, defende que os indivíduos aprendem de maneiras
diferentes e apresentam diferentes configurações e inclinações intelectuais. Destaca,
ainda, veementemente, o papel da educação no desenvolvimento global e aplicação
das inteligências. As inteligências múltiplas a que se refere Garder são: A lógico- matemática, a linguística, a
espacial, a musical, a corporal- sinestésica, a interpessoal e a intrapessoal.
Na prática escolar convencional, a concretização
das condições de aprendizagem quem asseguram a realização do trabalho docente,
estão pautadas nas teorias determinando as tendências pedagógicas. Estas
práticas possuem condicionantes psicosociopolíticos que configuram concepções
inteligência e conhecimento, de homem e de sociedade. Com base nesses
condicionantes, diferentes pressupostos sobre o papel da escola, a aprendizagem,
a relações professor-aluno, a recursos de ensino e o método pedagógico, influenciam
e orientam a didática utilizada.
Referência:
CASSANDRA RIBEIRO DE OLIVEIRA E SILVA - BASES PEDAGÓGICAS E ERGONÔMICAS PARA CONCEPÇÃO E AVALIAÇÃO DE PRODUTOS EDUCACIONAIS INFORMATIZADOS
CASSANDRA RIBEIRO DE OLIVEIRA E SILVA - BASES PEDAGÓGICAS E ERGONÔMICAS PARA CONCEPÇÃO E AVALIAÇÃO DE PRODUTOS EDUCACIONAIS INFORMATIZADOS
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